HISTÓRIAS DAS MINIPORTAS

Conto #5 Charlotte e a portinha na árvore
Laura Martinghi

Colégio Integral de Curitiba - Paraná (2023)

*Este conto foi criado em um projeto realizado no Colégio Integral sob a coordenação da profa. Vanessa, inspirado nas MiniPortas de Maringá, e gentilmente cedido para publicação neste site.

Logo pela manhã decidi dar uma volta no parque. Chegando lá, encontrei uma pequena portinha encaixada em uma árvore. Ela era tão pequena e bonitinha. Mas resolvi não dar importância a isso, afinal, poderia ser de alguém, né?!

Uma semana se passou e voltei ao parque, e lá estava a portinha. Eu não poderia deixar minha curiosidade de lado, então me aproximei dela para olhar no olho mágico.

Lá dentro vi uma nebulosa mágica e estrelada. Foi quando decidi entrar para explorar além daquilo. Mas como eu ia passar por uma portinha de 20 cm?

De repente, escuto uma voz fininha vindo de dentro da porta:

- Apenas diga essas palavras: Para passar diminuirei lá dentro um novo mundo, eu descobrirei.

Confesso que achei tudo muito esquisito, mas assim que eu disse as palavras a porta se abriu. Eu nunca tinha visto nada parecido. Nuvens coloridas, sons de natureza, estrelas e fadas que falam e um aroma doce e suave predominavam naquele lugar.

Levei um susto quando uma fada chegou perto de mim e disse:

- Toque aquele sino.

- Por quê? Perguntei.

- Apenas toque. Disse ela com uma voz pacífica.

Toquei o sino e após a primeira badalada eu só via estrelas, um lugar amplo e com uma escada de madeira que não dava em nada. Mas onde eu estava agora? Cheguei à conclusão que não deveria ter dito aquelas palavras para adentrar à portinha.

- Alguém? Gritei. – Tem alguém aí? – Socorro! Socorro! - Onde estou?

Por que ninguém me respondia? Talvez porque não tivesse ninguém além de mim, pensei. Olhei para baixo e eu estava em cima de uma esfera, um planeta na verdade.

- Ah, eu estou em cima de um planeta!

Mas como assim? UM PLANETA!?!?

Gritei novamente para alguém. E foi quando um velhinho de 20 cm (do tamanho da portinha), com uma barba comprida e branquinha e uma roupa azul, apareceu ao meu lado.

- Quem é você? Perguntei.

- Eu sou o Marchal e vivo aqui no planeta Meri faz quase 600 anos.

600 anos. Uau! Quantos anos será que ele tem? Planeta Meri? O que é isso? Questionei a mim mesma.

- E o que faz aqui Marchal? Ou melhor, o que eu estou fazendo aqui?

- Eu estou aqui para te ajudar Charlotte! E você foi a escolhida para lutar com o Duende Cinza que vive em cima dessa escada de madeira.

- Eu?! Escolhida?! Mas, nem estou vendo esse tal de duende Cinza.

- Se acalme Charlotte! Não conseguimos vê-lo. Continuou- Mas quando ele se irrita, todos temem combate-lo.

- Tá, mas como ele vive em cima de uma escada? Para mim, essa escada não leva a nada.

- Só vimos aonde essa escada leva, depois de subi-la.

- E quantos degraus eu tenho que subir?

- Cinco!

Eu ia enfrentar a fera e acabar logo com isso. Subi os três primeiros degraus e um barulho alto fez me desequilibrar e cair.

-HAHAHAHA Charlote, tome cuidado!

- Eu não achei graça! Respondi.

Ele continuou: - Ora vamos! Você é muito corajosa menina!

- Meu nome é Charlotte! Resmunguei

- Está bem Charlotte, vamos lá!

Respirei fundo e levantei do chão para tentar enfrentar o Duende Cinza. Subi o primeiro degrau, o segundo e no terceiro, me concentrei para não cair. Prendi a respiração e...Ufa! Ainda bem que não cai de novo. Chegando no quinto degrau o Duende se levantou. Caramba, por mais que duendes fossem pequenos, esse era enorme e cinza.

- Quem é você? Perguntou a criatura

- Meu nome é Charlotte! Disse com firmeza e confiança

- E o que você quer? Respondeu ele apressadamente

- Eu, eu, eu...Olhei para baixo e Marchal dizia: - Você venho diminuir esse planeta e o levar para um bom lugar.

Respondi ao Duende o que Marchal me havia dito. E ele sem mais nem menos, disse: - Você sabe cantar? - Respondi que sim. –Então cante para mim.

Cantei a nova música do Justin Bieber, mas a fera com cara de desaprovação, disse para eu cantar uma música calma. Tranquila, comecei a cantar novamente e o Duende Cinza adormeceu.

Aproveitei esse momento para jogar nele a poção que Marchal havia me dado. E sem demora a criatura diminuiu de tamanho.

- Carregue ele nas costas e desça da escada. Disse Marchal.

Fiz isso e fui correndo para o lado de Marchal; foi quando ele disse: - O portal vai fechar pois o monstro não viverá mais aqui. Ele é o único que ainda consegue manter essa passagem aberta.

De repente, um buraco no chão se abriu e eu, a fera (que estava sendo carregada pelas minhas costas) e Marchal pulamos no buraco. Caímos direto na árvore onde a portinha estava.

Quando eu olhei para trás, o Duende Cinza havia se transformado em uma borboleta, isso porque ele só era um monstro devido a um feitiço, mas não sei muita coisa sobre. Marchal estava feliz na companhia de suas amigas fadas, e as estrelas estavam cantando. Eles me disseram que a missão havia acabado e eu já poderia voltar para casa. Me despedi deles e saí da árvore, passando pela portinha.

Meu tamanho tinha voltado ao normal, o Planeta Meri virou uma estrela brilhante, e a Portinha virou um lindo cogumelo na grama do parque.

Depois de tudo isso, voltei para minha casa e na escuridão da noite eu olhava pela janela e tentava encontrar, agora, a estrela Meri, na imensidão da galáxia.

Talvez ainda tenha mais alguma aventura por lá.

Até breve!