Estava eu, em um belo dia da minha vida, caminhando nas ruas da cidade para alegrar o Totó, meu melhor amigo. A avenida estava movimentada e barulhenta, mas por sorte não havia ninguém na calçada. Totó estava bem animado: era seu primeiro passeio pela cidade, um cheiro novo, materiais diferentes, gostos desiguais.

  Enfim, o objetivo principal era procurar algum lugar que poderia estar contratando um artista para trabalhar, e por sorte encontramos uma grande empresa que gostaria de um novo Designer para personalizar sua marca, seja nos sites, logotipo, divulgação nas redes, propagandas, etc. Com essa boa notícia, damos a última volta e voltamos saltitantes de alegria para casa. Como já estava escurecendo tomei meu banho e fui dormir para acordar bem cedo no dia seguinte.

  Quatro e meia da manhã. Estava gelado com uma pequena neblina. Minha mãe já estava acordada cuidando dos animais no celeiro. Fui à cozinha tomar o meu café e comer o sanduíche feito para mim e comecei a fazer o currículo.

  "Sou um artista muito bom que adoraria trabalhar com os senhores. Tenho algumas ideias na cabeça e gostaria de mostrá-las. Acredito ter potencial e sou muito amigável, tudo o que se precisa para um ambiente saudável de trabalho.

  Já pintei a minha casa, ela é de cor rosa por fora com a porta azul, simbolizando a modernidade e simplicidade em um só lugar. As paredes são feitas de madeira juntamente com o chão, mas no lado de fora possui degraus de pedregulho. A placa com o número da casa (465) foi feita por mim. Contudo, eu nunca tive a chance de trabalhar em algo tão grande, sempre foram projetos de cartazes para algumas lojas pequenas do meu lado da cidade, mas garanto que tenho muita experiência e conhecimento da área. Segue alguns projetos, ideias e desenhos:"

  Coloquei todos os meus projetos mais valiosos e bonitos no documento e imprimi.

  Faltando dez minutos para encerrar a entrevista, cheguei com meu terno novo, azul escuro, e o Totó com as duas folhas de papéis na boca. Infelizmente não deixam amigos baixinhos e peludo entrar, então tive que ir sozinho. Sentei na cadeira e comecei a conversar, estava confiante e bem seguro de que o trabalho seria meu, mas tristemente tive que voltar para casa com uma manhã cheia de críticas e não das boas. A entrevista aconteceu tão rápido que nem lembro se disse meu nome. Contei para a minha mãe e ela ameaçou ir brigar com o rapaz, mas disse para ela esquecer, mesmo sendo uma oportunidade e tanto. Fechei os olhos na esperança de esquecer tudo na manhã seguinte.

  Acabei acordando mais tarde que o normal. Sete e meia da manhã. Ouvi três batidas na porta e em seguida de um grito bastante alto de alguém chamando “o de casa”. Levantei e atendi. Maravilha! Espetáculo! Excelente! Perfeito! Foram as palavras ditas por mim. Nada poderia descrever como eu me sentia no momento. Fiquei muito surpreso. O rapaz que me entrevistou acabou comentando mal sobre mim para outro sócio, que tinha uma empresa na qual também precisava que alguém trabalhasse como Designer. Pelos seus olhos senti que ele sabia que eu tinha muito potencial. Me senti admirável. Depois da minha mãe dar um beijo nele, me arrumei e comecei uma longa jornada como sócio. Hoje, sou desejado por muitos e reconhecido pelo mundo todo. Meu nome? Alberto Ferreira Lima, o criador do maior sistema para design de interação de usuários: A.F.L.