HISTÓRIAS DAS MINIPORTAS

Conto #3 Sonhos e loucuras
João Pedro Soma

Colégio Integral de Curitiba - Paraná (2023)

*Este conto foi criado em um projeto realizado no Colégio Integral sob a coordenação da profa. Vanessa, inspirado nas MiniPortas de Maringá, e gentilmente cedido para publicação neste site.

 Oi, meu nome é…, bem, você não precisa saber meu nome, tudo que precisa saber é que se você está lendo isso, de uma forma ou outra as coisas deram certo, ou não...

 Isso se passa em algum momento após o que meus chamados de ‘’mudança’’, segundo eles antes da ‘’mudança’’ o mundo era um lugar diferente do agora, contam histórias de que 20, 25 anos atrás, havia coisas inimagináveis, eles me falam dessas coisas antes de dormir, sempre, todos os dias, dizendo como têm saudades daquele tempo.

  Eles sempre contam isso com muita alegria e falando claramente, eles se animam tanto que até parece verdade, sempre citam o ‘’cinema’’ e os ‘’jogos de futebol’’, que teoricamente é um lugar onde se reúnem muitas pessoas para ‘’ se divertir’’, como se fosse possível mais de 5 pessoas habitarem um mesmo lugar, como se houvesse oxigênio para isso...

 Hoje eu acordei, como um dia qualquer, fui escovar os dentes, trocar-me etc, feita essas coisas rotineiras, vi que meus pais não haviam acordado ainda, tendo em vista isso, resolvi fazer uma surpresa, era algo simples, porém algo que nunca fiz, que era sair de casa para buscar ‘’comida’’!!!, então já estando arrumado só faltava botar minha máscara de gás.

  No caminho, para o galpão fornecedor da cidade, eu estava meio entediado, até que me lembrei de uma coisa, uma vez no meio da noite eu acordei para ir ao banheiro, até aí tudo normal, porém quando eu já estava voltando para o quarto, vi que meus pais estavam acordados comendo na cozinha, eles comentavam coisas estranhas como ‘’A comida de anos atrás era tão boa’’ ou ‘’que saudade de carne’’, eu achei bem esquisito isso, porque tipo, meus pais comiam carne?? Eles por acaso eram canibais ou coisa do tipo? Bem, o povo antigo era tão estranho, foi o que eu falei para mim mesmo na hora, mal sabia o que estava para acontecer…

   Já estava bem próximo da sede do governo onde a comida era distribuída, então, uma quadra antes de chegar lá, caminhando normalmente, tropecei em alguma coisa, fui ver o que era, e eu me deparei com uma espécie de pequena porta, como eu estava curioso fui mexer nela.

 Passados uns 2 minutos que estava mexendo na portinha, levantei, e percebi que minha máscara havia sumido, logo fiquei desesperado pensando que eu iria morrer ou coisa do tipo, mas para minha surpresa não aconteceu nada, eu estava imaginando o que poderia ter acontecido, pois estava sem máscara e nada estava acontecendo, na minha mente infantil pensei que era sorte, e sai correndo para casa. Essa foi a parte mais estranha porque quanto mais eu corria, mais o caminho ficava diferente do que eu lembrava, e o pior de tudo, eu já tinha visto centenas de pessoas na rua, todas com roupas estranhas e sem suas devidas máscaras de proteção, eu estava surtando só correndo em linha reta, até dei de cara com uma rua residencial fechada, e ao entrar em contato com essa rua lembrei-me do que havia me colocado nessa situação a por** daquela portinha!!!

 Tendo lembrado disso, tentei fazer o caminho de volta, e depois de muito tempo procurando achei o lugar onde tinha visto a portinha, porém lá não havia nada além de uma grande estrutura de madeira que eu não sei o que era. Não encontrei a portinha por lá de jeito nenhum, bastante cansado, fui sentar em um banco que tinha ali perto, e quando sentei-me no banco, paaaa, o banco sumiu e eu cai de novo no chão, levantando-me vi que minha máscara estava do meu lado e eu estava no mesmo lugar de quando tropecei a primeira vez, agora fica o questionamento, a porta existiu ou eu bati a cabeça, desmaiei e sonhei?

Eu não sei.