HISTÓRIAS DAS MINIPORTAS

Conto #29 Mini Portas
Lígia Souza

Colégio Integral de Curitiba - Paraná (2023)

*Este conto foi criado em um projeto realizado no Colégio Integral sob a coordenação da profa. Vanessa, inspirado nas MiniPortas de Maringá, e gentilmente cedido para publicação neste site.

Desde os reinos e civilizações mais antigas todos temos um ideal, uma meta de vida. Objetivos e metas em que baseamos todas as nossas ações, porém tenho percebido que com o passar dos anos temos nos perdido nesse ideal, os ideais são cada vez mais sem sentido e menos inteligentes, e as pessoas continuam seguindo esse padrão, e procurando mudar elas mesmas para se encaixar em algo que não acrescenta nada em suas vidas.

           Eu imagino que o ideal das pessoas seja uma porta, minúscula, na minha cabeça, consigo pega-la na mão, ela é rústica, tem uma cara antiga, está trancada e com um número pregado em sua parede, parece arrancada de um filme. No meu ponto de vista, todo mundo hoje em dia se diminui, sua inteligência, seu corpo, sua fala, para tentar ficar de um tamanho que consiga passar nessa portinha, e assim as pessoas vão sumindo.

Com o passar dos anos, tem sido abandonado o trabalho manual, poucas pessoas fazem coisas com as próprias mãos, e não me refiro apenas a trabalhos braçais, o sedentarismo está dominando o mundo. Conheço pessoas que não vão ao mercado mais, não cozinham, não saem de casa e abandonam todas as suas atividades físicas, tudo para passar na portinha.

           Com o passar do tempo as pessoas estão ficando cada vez mais burras, baseando suas vidas em redes sociais, ou em uma ideia de fama imaginária, ou que estão viciadas em tecnologia e não veem mais o mundo. Um exemplo dessas pessoas é quem acredita em terraplanismo, por exemplo, ou quem não acredita na ciência e desvalida experimentos comprovados. Pessoas que nem acreditam, ou pior, que produzem fake news e acham que isso pode ser um bom ideal em suas vidas.

           Tudo virou uma competição e um motivo de discórdia, e não consigo imaginar onde vamos chegar assim. Agora só nos resta torcer para que o que nos aguarda do outro lado dessa portinha em que todos querem passar é algo melhor, e que possa nos salvar desta sociedade decadente em que vivemos.