HISTÓRIAS DAS MINIPORTAS

Conto #38 A pequena GRANDE Confeitaria
Rodrigo Lobo

Colégio Integral de Curitiba - Paraná (2023)

*Este conto foi criado em um projeto realizado no Colégio Integral sob a coordenação da profa. Vanessa, inspirado nas MiniPortas de Maringá, e gentilmente cedido para publicação neste site.

“Trimm Trimm”, tocava a campainha da pequena confeitaria. Era uma de muitas formigas que já entraram por aquela porta. Trazia com ela muitos ingredientes carregados em uma cesta de palha que seriam levados para a dispensa de alimentos dentro da fábrica. Abriu a segunda porta ao lado da recepção da pequena confeitaria, tirou seu capacete e suas proteções, e entrou no elevador. Olhava para o número do andar, mas ainda estava longe. Número 4, 5, 6, até que ela parou e chegou no último andar, o sétimo. Abriram-se as portas e via somente estantes com muitos e muitos alimentos. Deixou os ingredientes nos seus devidos lugares e entrou no elevador novamente.

  Quando chegou no nível 2 da gigante fábrica, começou a ajudar outras formigas que produziam uma massa com mais de um metro de comprimento para fazer pequenos espirais de coco. Ao lado, havia um outro grupo de chefs que cozinhavam um bolo de cenoura delicioso! Esse andar era o de produção de docinhos e cada grupo de formigas fazia uma sobremesa maravilhosa. No nível 3 do prédio, eram feitas bolachinhas doces e salgadas, com muitas formigas trabalhadoras. Estava chegando o natal, época onde mais trabalham, então precisavam terminar todos os pedidos antes da véspera.

  O quarto andar da fábrica era onde as formigas mais inteligentes faziam cálculos para saber as despesas e lucros que a confeitaria obtinha vendendo seus doces para uma confeitaria no mercado municipal. A loja de doces do mercado era sócia das pequenas formigas, como vários outros estabelecimentos que vendiam seus ingredientes para elas.

  No 5° andar as formigas montavam as embalagens de suas sobremesas. Era um trabalho muito delicado e cuidadoso. Dava para escutar o barulho do plástico sendo embrulhado, e amarrado com fitas vermelhas, amarelas, verdes e azuis. Elas também tinham um trabalho corrido, e esperavam ansiosas para a melhor época do ano.

  Chegou a vez de falar do sexto andar. Nele as formigas mais corajosas se preparavam para uma grande aventura! Colocavam o capacete, cotoveleira, joelheira e por fim as botas. Era uma trajetória muito difícil, onde já se foram algumas companheiras, por isso tinham que estar protegidas e saber o caminho exato para não terem um fim desastroso. Quando saiam para pegar os ingredientes, tinham sempre que estar em seis ou mais, porque senão não conseguiriam carregar os alimentos e caso acontecesse alguma coisa com uma delas ainda teria formiga suficiente para ajudar a carregar as compras. Em uma dessas trajetórias uma formiga perdeu sua melhor amiga, enquanto andava nos corredores turbulentos do mercado, sua companheira se perdeu e acabou sendo esmagada. Depois disso, a formiga ficou muito triste e solitária, fazendo seu serviço desanimada. E sempre que passava por aquele corredor turbulento do mercado se lembrava da trágica morte da sua melhor amiga.

 

  A véspera do natal chegou e os pedidos aumentaram. Era formiga indo buscar ingredientes no mercado municipal, formigas fazendo muitos doces e bolachas, realizando difíceis cálculos para saber as despesas, muita coisa sendo feita, uma correria. Toda a fábrica trabalhava e o mercado municipal ficava muito cheio, dificultando o trajeto das formigas, que nessa época tinham uma importância muito grande. Era preciso muito cuidado, atenção e rapidez, para todas as formigas da confeitaria.

  Enquanto as formigas trabalhavam em apuros, no primeiro andar, onde se encontrava a recepção da confeitaria, também havia a sala da formiga Chefe. Lá, ela ficava focada nos documentos de negócio. Não gostava quando iam perguntar coisas para ela ou quando, sem querer, a atrapalhavam. A formiga Chefe cuidava dos sócios, negócios e distribuidores da empresa, parecia um serviço fácil, mas requeria muita atenção e inteligência, principalmente no natal, onde muitas lojas de doces buscavam a pequena confeitaria para ajudá-los. Era a época mais difícil, porém mais lucrativa do ano.

  Quando o natal passava, as formigas, antes de irem descansar em suas casas, comemoravam com uma festa muito grande, do tamanho da fábrica que, juntas, mantêm em pé.