HISTÓRIAS DAS MINIPORTAS

Conto #22 A história de Jhonny
Gabriel da Cunha Cruz

Colégio Integral de Curitiba - Paraná (2023)

*Este conto foi criado em um projeto realizado no Colégio Integral sob a coordenação da profa. Vanessa, inspirado nas MiniPortas de Maringá, e gentilmente cedido para publicação neste site.

Johnny, um garoto, eu adoraria falar que ele tinha uma vida normal, mas infelizmente era uma vida deveras estranha e assustadora. Johnny era um garoto que tinha muitos problemas, seu pai era um alcoólatra que ficava a maior parte do tempo assistindo televisão na sala de casa e trabalhando num bar, agora sua mãe, a mãe era a mais problemática, ela era algo pior que alcoólatra, se intoxicava com outras paradas, que passava o tempo inteiro numa boate em que tinha emprego lá, as únicas informações que temos dela é que lá ela é muito amada... Johnny possui quatro irmãos, o Zezinho, Pedrinho, Joãozinho e Ramon. Zezinho e Pedrinho estavam na casa dos 30 anos e ambos estavam na prisão, Pedrinho ainda era um bebê não sabia falar ainda, agora o irmão mais velho, Ramon, esse era o pior de todos os irmãos, o sonho dele era sair do país quando crescer, preferia isso do que cuidar de seus irmãos mais novos, as informações que temos dele é que quando ele completou 20 anos, dizem que ele pegou o dinheiro que seus pais guardaram para os outros três irmãos, pagou uma passagem de avião e agora é cirurgião.

  Agora que você sabe mais ou menos a situação em que Johnny se encontrava acho que posso ir direto para a história. Já que seus pais não se importavam muito com o cuidado de seus filhos, Johnny podia fugir de casa a qualquer momento que seu pai que era o único que ficava em casa de vez em quando, não percebia. Certo dia, Johnny caminhava pelas ruas de sua cidade com seu irmão João no colo, eles fugiram de casa e foram buscar abrigo em um internato, ao ver uma porta de madeira bonita, com dois sinos do lado, ele toca a campainha e são recebidos por uma moça que tinha olhos claros e cabelos loiros e cacheados, ela pegou João no colo, por ser um bebê e não conhecer a moça João começa a chorar, mas não só por medo, mas também por fome, faziam horas e horas que não comera nada. Ao pisar dentro do internato a moça se apresenta aos irmãos: “Olá garotinho, me chamo Amélia, como posso ajuda-lo”.   O garoto sendo um pouco paranoico por conta de seus problemas familiares, desconfia que Amélia está mentindo quanto seu nome verdadeiro, mas ignorou por hora. Passaram-se alguns dias lá dentro, Johnny não gostava nem um pouco de lá, tudo era muito barulhento chato, Johnny era um pouco problemático e violento, batia em seus “colegas”, os agredia, até que chegou um dia que Johnny não aguentava mais o que acontecia com ele e seu irmão, ele pula o muro do internato e volta para sua casa revoltado, entra pela janela do quarto do pai, surtado e cheio de ódio, ele pega o revólver do pai dentro do armário, e para descontar a raiva atira para o alto, fazendo um barulho estrondoso de tiro, dando para escutar da rua toda, o pai dele estava na sala assistindo beisebol, pra variar estava bêbado, vai correndo em direção ao quarto e vê Johnny com sua arma na mão, o pai grita com Johnny e está prestes a bater nele, mas o garoto estava tão irritado que sua raiva foi subindo e olha o que o ódio faz, atirou em seu pai e ele... é não preciso dizer que aconteceu.

  Johnny sai de sua casa cheio de ódio no coração e vai em direção da boate que sua mãe se encontra, ao encontra-la fala: “Pode voltar, papai voltou para onde ele pertence”, é, assustador não? Após isso ele volta para o internato onde seu irmão menor se encontra, chuta a porta com raiva, vai em direção a seu irmão. Amélia vai correndo em direção a Johnny, assustada chama ele, o garoto vira, ao ver o estado em Johnny se encontrava, encharcado, ela arregala seu olho, arrepia seus cabelos dourados, põe a mão no rosto e dá um grito memorável. Johnny já estava louco, tudo o que ele queria era a morte das pessoas daquele lugar, mas quando viu seu irmão sendo malcuidado, ficou mais insano, foi em direção ao diretor do internato, pegou sua arma e...né? Amélia e todas as pessoas do internato ficam apavoradas e saem correndo tentando fugir de lá, poucos conseguem, o resto acaba sendo morto por Johnny. Se passaram alguns minutos e Johnny vê policiais entrando no estabelecimento, ele já puxa sua arma aponta para eles, mas já é tarde, um policial atirou em Johnny, mas no momento em que a bala chega nele, Johnny se encontra na rua, algumas quadras de distância da sua casa, sozinho, com uma dor de cabeça terrível.  Tudo o que aconteceu foi um sonho, Johnny andava desatento pela rua, acabou batendo a cabeça, segundos antes disso ele tinha visto uma porta minúscula no chão, estranhou, mas nem deu bola direito e seguiu reto, tudo o que havia acontecido tinha sido sua imaginação, tudo fruto da mente atormentada de Johnny.

FIM